Conto de Natal - Livro Digital
Hoje vamos iniciar uma nova tarefa. Usando o e-mail vamos construir um conto. Pretendemos depois que ele se transforme num livro digital e que conste neste blog. Aspectos a ter em consideração:
- cada aluno usa uma cor diferente para escrever e, no final, entre parêntesis rectos [ ] colocam o vosso nome e número;- devemos seguir o número da turma.
- cada aluno usa uma cor diferente para escrever e, no final, entre parêntesis rectos [ ] colocam o vosso nome e número;- devemos seguir o número da turma.
O frio congelara-lhe o carro, seria certo que naquele dia não ia sair. Da cama via a neve cair e a lareira ainda acesa da noite anterior, que lhe garantia um calor acolhedor. Tinha o pequeno almoço na sala, a mãe deve tê-lo deixado pronto, e estava com um aspecto delicioso. Foi a única coisa que a fez levantar da cama: o bichinho da fome que se instaurara na sua barriga. Levantou--se, embrulhou-se no roupão de turco branco, recentemente oferecido pela sua irmã no último Natal, lavou a cara e estremeceu com o rosto em gelo ao tocar na água. Sentou-se à mesa, começou a trincar calmamente o pão e milésimos de segundos antes de levar o café à boca, o som familiar da campainha ecoou no hall de entrada. Limpou a boca estranhando a visita, e dirigiu-se à porta, apertando firmemente o roupão. Ao abrir a porta o coração quase parou, a respiração aumentou, as pernas vacilaram fazendo com que se encostasse à porta para não cair. Um dejá vu de sentimentos percorreu cada veia do seu corpo, aquela face branca dos tempos de escola...-
- Olá - ouviu ela. Era um olá vindo daquela boca, que exibia um perfeito sorriso.
- Olá - disse-lhe também ela, também com um sorriso, mas não tão perfeito como aquele à sua frente. ( Maria João, 10º A)
Era aquele sorriso que tanto tinha desejado nos tempos de escola. Aquele sorriso perfeito, aquele sorriso que a fazia suspirar e sorrir também. Ela olhou-o nos olhos e viu, no seu interior, um brilho intenso que lhe acabara de iluminar aquele dia tão gélido. Foi como se tudo tivesse parado e, numa fracção de segundos, ela recuou no tempo, lembrando assim os momentos de escola. Lembrou-se de como tudo começou. Ele tinha sido o seu primeiro amor, tendo deixado fortes marcas no seu coração, quando partiu. Nos intervalos, quando se cruzavam, olhavam-se, sem nunca prununciarem uma única palavra. Esperavam ansiosamente pelo fim das aulas e, quando tocava a campainha, eram os primeiros a sair. Começavam a correr e só paravam quando se encontravam. O grande parque era o seu local de encontro.
[Ana Margarida Fortuna, nº1, 9ºA]
Ao fim de algum tempo a olharem-se ouviu:
- Ainda não sabes quem eu sou? Ela, que acabara agora de recordar os últimos momentos de escola, olhou para ele e, observando de novo aquele sorriso tão perfeito, respondeu: - Sei. Queres entrar?
Ao perguntar-lhe isto, ela fechou os olhos e o seu coração queria saltar-lhe pela boca, tinha medo de ouvir um não como resposta. Mas surpreendentemente ele aceitou.
- Ainda não sabes quem eu sou? Ela, que acabara agora de recordar os últimos momentos de escola, olhou para ele e, observando de novo aquele sorriso tão perfeito, respondeu: - Sei. Queres entrar?
Ao perguntar-lhe isto, ela fechou os olhos e o seu coração queria saltar-lhe pela boca, tinha medo de ouvir um não como resposta. Mas surpreendentemente ele aceitou.
[Francisco Santos, nº2, 9º A)
Apenas o bater forte da porta fez estremecer o silêncio que marcava aquele momento. Incrédula, não conseguia pronunciar uma letra, um ditongo, um som que fosse. Mergulhada num mar de incertezas, não encontrava nenhuma razão para a visita dele tantos anos depois. Seria o frio que lhe gelara o carro? O seu coração chamar-lhe-ia destino, mas, opostamente, a sua racionalidade dizia que tal visita não passava de uma mera ocasião de vida. Tinha os músculos tolhidos e nem possuía a capacidade de tremer com os nervos. Foi a voz dele que pôs fim ao labirinto que se gerara naquele momento.
Ele apenas lhe disse:
- Vim porque queria dizer-te isto pessoalmente ! ( Ana Beatriz, nº3 , 9º A)
- Estás a assustar-me. - Disse ela, sentando-se no sofá da sala. - Diz-me! Diz-me o que te trouxe aqui. - Acrescentou ansiosa. - É que eu... preciso de ti. A minha mãe está internada com uma doença raríssima. Preciso do teu apoio. Ele começou a chorar. Do ponto de vista dela, Salvador não estava bem. Tinha um ar pálido, os seus olhos verdes já não eram os mesmos que antes brilhavam. (Bruno Carvalho, nº4, 9º A)
O rosto angélico transformou-se. Decididamente não era aquilo que ele queria ouvir. A mente vagueou até aos primórdios das suas relações e recordou-se de quantas vezes aquela face de lábios delicados, olhos enormes e pestanudos o fizeram suspirar. Após a separação, tentou encontrá-la, procurando em vão o seu paradeiro ou contacto. O turbilhão de pensamentos desvaneceu-se, e os seus olhos focaram a imagem sentada no seu sofá cor de mogno. − E o que posso eu fazer para te ajudar? – Perguntou, ainda atordoada. Ele suspirou. Afonso fora a última pessoa em quem ela pensara, mas, em juízo final, talvez a única que o pudesse ajudar.[Catarina Almeida, nº5, 9ºA]
Salvador afaga, meticulosamente, a mão de Constança e, dirigindo para esta o seu terno e profundo olhar verde no qual Constança se havia perdido vezes sem conta, diz-lhe, em tom baixo :
- Lembras-te do grande parque que ficava perto da escola que frequentávamos quando éramos mais novos?
- Sim, lembro. - disse Constança timidamente.
Salvador aproxima-se de Constança, olhando-a cada vez mais de perto, e soltando um desabafo:
- É esse tempo que quero de novo viver. O silêncio dita a muda resposta, e então Salvador de novo se pronuncia :
- É desse teu sorriso que eu necessito, é o teu compreensivo olhar que os meus olhos procuram intensamente, é pelo teu apoio que o meu ser anseia. Estou a passar por um mau momento, a minha mãe está realmente mal e a minha cabeça transporta um turbilhão de ideias, não sei porquê mas foi de ti que eu senti falta, foi para ti que o meu pensamento se dirigiu. Constança olha fixamente para Salvador e, lentamente, coloca a sua outra mão por cima da deste. [Cátia Figueiredo, nº6, 9ºA]
Ao sentir a mão deste, Constança é invadida por sentimentos contraditórios e percebe que Salvador necessita mesmo da sua ajuda. Recorda que foi ele a quem ela tantas vezes recorreu quando mais precisava e sente que este seria o momento ideal para lhe retribuir todo o apoio outrora prestado. Salvador leva a sua mão ao encontro da face de Constança e encostando os seus lábios ao ouvido dela, sussurra-lhe: - Ouve, eu sei que, para ti, é estranho eu aparecer só agora, mas acredita que, apesar de estar longe, o meu coração esteve sempre contigo e o meu pensamento me levou constantemente ao teu encontro. Constança, ao ouvir todas estas palavras, sorriu, e, timidamente, respondeu: - Estarei aqui para o que precisares. Dito isto, aproximou-se de Salvador e abraçou-o.] Cristiana Figueiredo, nº7, 9ºA]
Ambos tocados pelas palavras ditas mantiveram o abraço por longo tempo. - Confesso que já tinha saudades dos nossos momentos, das nossas conversas sem pés nem cabeças, do teu sorriso, das nossas brincadeiras, confesso que já tinha saudades tuas. – Confessou sentidamente Constança. Mil e uma recordações percorrem o corpo de Salvador, levando-o a outro sentimento: o amor. Então ele sente uma sede enorme de beijar Constança, de pousar os seus lábios secos do nervosismo nos lábios perfeitos dela. Mas o soar do telemóvel adia a vontade que se gerava. [Cristina Amaral, nº8, 9ºA]
Salvador atende o telemóvel. É uma chamada do hospital onde estava internada a sua mãe que o informava que o estado de saúde dela piorara; entrara em coma. Um arrepio repentino invadiu Salvador e vieram-lhe de imediato as lágrimas aos olhos. - Quem era?! - Interveio Constança preocupada e curiosa. - Era do hospital, a minha mãe está em coma. – Respondeu Salvador com palavras magoadas. -Não te preocupes, vai tudo correr bem. - Tranquilizou-o Constança. - Tenho de ir para Coimbra, quero estar com a minha mãe imediatamente. - Eu vou contigo. Constança vestiu-se rapidamente e saíram os dois em direcção à cidade dos estudantes. [Daniel Neves, nº9, 9ºA]
Quando chegaram ao hospital, já nos cuidados intensivos onde se encontrava a mãe do Salvador em coma, ele desatou a chorar, vendo o estado da mãe: cara pálida, lábios secos e descorados, sem a maquilhagem com que ele tanto gostava de a ver. Olhou para Constança e perguntou: - Será que ela vai melhorar? - Sim, acredita que sim. - Respondeu Constança com voz solene. E passaram ali uma tarde inteira a olhar para a mãe tão querida e adorada. Entretanto, já a noite descera, o médico entra no quarto e diz: - Perdão... a hora de visitas acabou. - Sim, sim, vamos já. E com um doce beijo se despede da mãe enquanto umas lágrimas lhe escapam dos olhos. [ David Amaral, nº 10, 9º A ]
Algum tempo após terem saído do hospital, Salvador ouve o telefone. Era de novo do hospital. Desta vez foi o médico que falou, para dar friamente a notícia: «a sua mãe acabou de falecer».
Salvador ficou desolado, não conseguia acreditar no que lhe estava a acontecer. Constança tentou ajudá-lo, mas Salvador não queria afagos e mesmo as palavras provindas da boca de Constança lhe doíam. Preferia o silêncio nesta hora magoada. [Henrique Costa, nº11, 9ºA]
- Salvador, deixa-me ajudar-te. Eu sei que, neste momento, não deves querer ouvir ninguém, mas tens que reagir. Eu estou aqui e quero ajudar-te. Sabes que podes contar sempre comigo. Sabe que sempre que precisares de falar eu estou aqui para te ouvir. Sabe que se precisares de chorar, eu estou aqui para te consolar. Sabe que se precisares de qualquer coisa, eu irei estar sempre aqui para ti. Não te quero ver assim. Sei que é dificil este momento, mas só tens que levantar a cabeça e seguir em frente. [Inês Veiga, nº12, 9ºA]
Esta palavras, tão sentidamente proferidas por Constança, não foram escutadas por Salvador. O seu íntimo não conseguia conter a dor. Pousou a sua mão direita na esquerda dela, encostou a cara ao ombro de Constança e desatou a chorar.
-Temos momentos na vida de que não gostamos, ou melhor, detestamos.-Proferiu Constança. - Salvador, olha para mim.
Salvador levantou a cabeça muito lentamente, ainda dorido do choro e olhou firmemente para ela. Após um beijo molhado, que ficara adiado mas que era desejado pelos dois, Salvador encontrou um motivo para sorrir, apesar do seu rosto, lavado pelas lágrimas, sublinhar que o amor é assim: contraditório. Choramos ao mesmo tempo que sorrimos, perdemos uns ao mesmo tempo que ganhamos outros.
[João Henrique, nº13, 9ºA]
Entregaram-se nos braços um do outro, passaram juntos momentos de alguma felicidade. Depois de muitos desabafos, sorrisos, beijos, Salvador percebeu que algo não estava bem. Sozinho no parque, que ficava ali perto, mergulhado em pensamentos obscuros, pensou que, talvez, este amor por Constança pudesse ser o resultado da sua carência; apesar de sentir um enorme carinho por ela, não podia assumir uma relação séria. Ele não conseguia continuar preso a uma pessoa que o fizesse lembrar a sua querida mãe. Provavelmente aqueles pensamentos eram loucos, mas a sua decisão era ainda mais: Salvador decidiu fugir com a sua cobardia.[Maria Bárbara, nº14, 9ºA]
Constança ficou destroçada. Interrogou-se mil vezes por que motivo ele teria aparecido e logo depois desaparecido. Por que razão teria ele fugido sem nada lhe dizer? Tantas perguntas sem resposta, tantos porquês sem uma explicação. Ela ainda não sabia se havia de ir atrás do amor da sua vida, ou esquecê-lo, lembrar para sempre esta aventura ou apagar este capítulo da sua vida, fazendo de conta que nunca vivera este pesadelo.
Passaram-se semanas e o pensamento dela única e exclusivamente Salvador. Até que tomou a decisão que iria mudar a sua vida para sempre.[Maria Inês, n.º15, 9.ºA]
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