Conto de Natal - Livro Digital

Palavras com sabor amargo

Todas as histórias começam da mesma maneira: «Era uma vez…», «Há muitos, muitos anos…», «No tempo em que os animais falavam…», «Quando as galinhas tinham dentes…». Mas esta que vou contar gostaria que fosse diferente.
Há bué time, enquanto esperávamos pelo comboio, encontrámos dois bacanos que já não víamos há… há… há…
Não nos apetece explicar agora porque deixámos de nos encontrar e porque não queremos conversa com os tipos. Apenas trocámos olhares frios e distantes. Os boys faziam uns jumps com os skates e nós ansiávamos a chegada do trem. O importante era partir e não ficar.
Passam dez minutos das 17:30, hora a que o «kim» deveria chegar. Nem sinal da sua presença. A ansiedade dominava-nos. Queríamos trocar umas palavras entre nós, mas as paredes podiam ter ouvidos. Aconselhava-se o silêncio.
O frio apoderou-se de nós e torturava-nos; o sangue parecia não querer correr nas veias; os nossos cabelos voavam ao vento. Mas quando chega esse comboio? Calma! Já se ouve ao longe. Peguemos nas malas e preparemo-nos para bazar.
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(Continuação)
Quando o comboio parou, pegámos nas malas e entrámos. Como estávamos cansadas, adormecemos. Na altura em que acordámos, vimos que o "kim" já tinha passado a localidade onde queríamos ficar. Então, decidimos sair na primeira paragem que o comboio fizesse.
Fomos parar a uma cidade longínqua e esquisita, pois as casas tinham um ar assombrado. Como já era noite, resolvemos montar a nossa tenda num campo junto a um rio. No momento em que dormíamos, ocorreu um grande estrondo que nos fez acordar. O barulho pareceu-nos vir de uma floresta que havia ali perto. Decidimos ir até lá ver o que se tinha passado. Encontrámos, então, uma velhota que nos disse que tínhamos ouvido o lobo Frankenstein (o lobo que comia tudo e cujo uivo era fortíssimo). Voltámos para trás assustadas. Mas, pelo caminho, encontrámos um lobo que nos fixou com o seu olhar. Logo de seguida, atacou-nos, mas, graças à velocidade da nossa corrida, conseguímos escapar dele e regressar ao acampamento. Quando lá chegámos, notámos que estava tudo rasgado. Como não tínhamos onde dormir, decidimos ir para a cidade onde encontrámos uma casa que parecia um hotel. Entrámos para lá passarmos a noite. No momento em que nos aproximávamos da recepção, onde não estava ninguém, caímos num buraco negro. Com a violência da queda, perdemos os sentidos.
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(Continuação)
Quando recuperámos os sentidos, olhámos para todos os lados e vimos que nos encontrávamos num quarto com uma porta, sem janelas e com um buraco no tecto, por onde caímos. Reparámos que tinha duas camas e um grande relógio, que fazia muito barulho. Como ainda estávamos com muito sono, adormecemos.
Quando tocaram as doze badaladas, ouvimos passos de uma criança. De repente, bateram à porta e ouvimos dizer:
- Olá, sou o Pedrinho, venham adormecer-me.
Nós não ligámos e continuámos a dormir, até que ele bateu com mais força e repetiu aos berros:
- Se vocês adormecerem e não me adormecerem a mim, eu mato-vos como fiz à minha família.
Nós, assustadas, abrimos imediatamente a porta. Defrontámo-nos com um miúdo baixo, de pijama que arrastava um urso de peluche, era branquinho e tinha bué olheiras.
Com alguma beca de receio, adormecemo-lo e acabámos por adormecer também. Quando acordámos, o quarto estava todo remexido e o Pedrinho já lá não estava. Abrimos a porta e reparámos numa girl a chorar. Perguntámos-lhe o nome. Disse-nos que se chamava Rita e que era irmã do Pedrinho e que não o devíamos ter adormecido, pois corríamos perigo de vida.
Reparámos que ela tinha uma cicatriz na cara. Como somos bué cuscas, perguntámos o que tinha acontecido. Ela contou-nos que adormecera o Pedrinho e que ele se transformara no lobo Frankenstein. Aí, reparámos no grande erro que tínhamos cometido.
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(Continuação)
Pedimos ajuda à Rita para sair dali. Entrámos numa divisão cheia de fotos de família através das paredes,. "Meu Deus, o que é que se passa aqui?!". De repente, ouvimos um uivo. Ficámos geladas de medo e não sabíamos o que fazer. Pensámos fugir e esquecer o assunto, mas o uivo ouvia-se cada vez mais perto e não sabíamos como trepar até ao alçapão.
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Continua este conto e entrega o que fizeres aos responsáveis da biblioteca.
A tua prestação é fundamental para que a actividade tenha sucesso.

1 comentários:

Anónimo disse...

está giro!
parabéns!
=DD*